quinta-feira, 29 de março de 2007

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Ainda não tive tempo para atualizar o Blog. Ainda não tive tempo para escrever sobre o início das aulas. Não tive tempo para escrever sobre o que vem ocorrendo na educação. Mas creio que as imagens abaixo dizem muito. Gostaria que os leitores opinassem sobre tais imagens.
Para provocar: isso é arte? Isso é criatividade? Isso é crime? Isso é construtivo? A final, o que é isso? Como você quer ter sua Escola? Opine!!! Abraços, Jarbas.
Escola Irmão Pedro (muro de frente) em 27/02/2007

Escola Irmão Pedro (muro de Frente) em 28/02/2007

Escola Irmão Pedro (muro de frente) em 01/03/2007. Escola Irmão Pedro (muro de frente) em 28/03/2007

segunda-feira, 26 de março de 2007

O mendigo ou das questões existenciais

Por Jarbas F. Cardoso*
"A morte é a possibilidade constante de impossibilidade.”
M. Heidegger
Estava à janela do meu apartamento questionando-me sobre pequenos problemas existenciais. Questionamentos que mais dias, menos dias, todos os bípedes racionais iram se fazer. Pensava comigo: sou mesmo um medíocre, um poltrona, preciso mesmo é impor minhas vontades contra tudo e contra todos. A vida em sociedade é um estigma em aberto. Fumava, não faço isso, quer dizer, não fazia, fumava talvez porque inconscientemente tentava acelerar o processo da finitude. Fumando aclamava as mazelas da vida ao mesmo tempo em que contemplava da janela o mundo, quando me deparei com um ser semelhante a mim que também contemplava. Era um homem de sei lá, uns 37 anos, branco, sujo, barba e cabelos por fazer, sem camisa, tênis sem cadarços, com os dedões dos pés a mostra e sua calça por cair. Novamente pensei: eis ali o autêntico cínico, seguidor de Diógenes de Sínope, possuidor de autodomínio espiritual e de sua felicidade. Eis ali o verdadeiro combatente do prazer e da luxuria. Como? É os cínicos combatiam o prazer, o desejo e a luxúria. Para eles isso os impedia de possuir auto-suficiência. O mendigo contemplava. Seu contemplar era diferente, despreocupado, como que se o mundo dele fosse outro e que o nosso não o interessava. Despreocupado revirava algumas latas de lixo. Olhava as pessoas passarem. Parou e calmamente sentou-se. Seu comportamento era como que se, no fundo, com a sua ação tenta-se nos dizer:
- Seus tolos.
- Seus escravos.
- Olhem..., olhem minha vida! Isso é que é desfrutar da liberdade!
- Não sou como vocês, mas nem por isso deixo de estar bem.
- Bem comigo mesmo, bem com meu espírito.
- Eu sou como quero ser, sou livre! E vocês?
Questionei-me novamente: claro, ele de fato é livre, nós... talvez! Mas nossa liberdade, se existente, apresenta-se enclausurada em um único padrão, em uma procura constante de algo que não sabemos ou que não temos certeza. O mendigo ali sob meu olhar continuava a provocar. Todas as pessoas que ali passavam, toda a realidade era desafiada por ele. Ele não demonstrava a menor preocupação com roupa, com banho, com o que as pessoas vão pensar ou, por exemplo, com o que eu iria achar. Sua liberdade era em demasia superior a tudo. O tempo era construído por ele mesmo, assim como o belo, o bem e a verdade eram todos regidos por suas vontades. É claro que ele lutava pela vida, a luta pela vida é algo implícito a todos os seres vivos. O diferente nele é que o próprio conceituava o sentido. Decidia quando deveria lutar ou não pela vida. Enfim, o mendigo era ele mesmo uma mescla de indivíduo, mundo e o todo. Naquele momento estupefato com a mais autentica manifestação de auto-suficiência que tanto almejava, lembrei-me que existia. – E nós somos o quê? – Claustrofóbicos sociais, regidos por um sistema massificante que nos é imposto? Verdade, belo, bem, certo e liberdade é uma construção da qual lutamos muito, mas talvez pouco desfrutamos.
- Quem sou eu?
- Quem são vocês?
- Ouso em dizer, somos a tirania do coletivo, somos o bicho social.
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[*] Professor da Escola Técnica Irmão Pedro, Porto Alegre, RS.
Texto Publicado no Site Extemporâneo em 15/12/2006.

sexta-feira, 23 de março de 2007

A primeira chupada não se esquece!

Por Fernando Aguirre*

Estava a dias para escrever alguma coisa. Faltava tempo e principalmente uma motivação. Felizmente acontecimentos me levaram a abrir meu poderoso Microsoft Word e digitar algumas linhas hoje. Antes de iniciar, resolvi dar uma estudada sobre o assunto que pretendia abordar neste texto. Conversando com o grande Oráculo, também conhecido como “google”, viajei desde grandes furos da propaganda mundial até a melhor crítica sobre a trilogia Matrix que já li. Julgando-me já com algum embasamento, ligo o convencional Windows Media Player e me ajeito na cadeira.

Minha professora de publicidade no primeiro dia de aula me disse: “informação”. Leia a Veja, mas também dê uma olhadinha na Capricho. Divirta-se com o Jô, mas não esqueça de rir das besteiras da Ana Maria e seu papagaio. Considerando que ainda estou no estágio de trabalhar de graça, não vou justificar a importância de tais comportamentos, mas vou falar sobre aquilo que já experimentei no maravilhoso mundo encantado da Disney, digo, da Publicidade: A famosa “idéia brilhante”, o verdadeiro “insigth”. Eu mesmo já pulei da cadeira e esbravejei sozinho, quando pensei em fazer o público acreditar estar diante de um funcionário da C&A usufruindo de serviços da Renner! Era brilhante, um anúncio de página dupla! Nem cheguei a pesquisar se a prática de Hard-Sell é legalizada no Brasil tanta era a empolgação pela peça. Não foram necessários dois dias e me deparo com essa campanha do Burger King, uma rede de serviços alienadores, digo, alimentadores concorrentes ao McDonald’s.

A cena clássica do sorriso murchando, e os lábios tremendo. Sim, alguém já tinha pensado o mesmo que eu! Na ocasião eu estava (e ainda estou) montando meu portifólio, não iríamos querer uma idéia chupada logo no portifólio, certo? Mesmo sendo involuntário, não tive escolha: amassa o rafe e pega outra folha! Apenas tive que ter o cuidado para que as lágrimas não escorressem sobre o papel.

Uma vez li em algum lugar que uma idéia ruim é algo lamentável, mas tem potencial para se tornar uma idéia mediana ou até mesmo boa, se aproveitada em uma situação mais favorável. Mas uma idéia chupada vai ser sempre uma idéia chupada. Não adianta por quanto tempo ela seja guardada, os diretores de arte estão sempre pesquisando os anuários, um dia eles vão encontrar seu insigth creditado a uma campanha de 1990! “Nossa, mas que garoto prodígio, com 3 anos já criava campanhas brilhantes”. Não, acho que ninguém pensará isso.

Agora temos um outro ponto a analisar. Na verdade, o exemplo pessoal que citei não chega a ser considerado uma “idéia chupada”, pois trata-se de uma inconveniente coincidência. Diferentemente de casos conhecidos da propaganda, como o do evento Major Thereat, que foi realizado esse ano pela Nike. Um plágio descarado da arte do álbum do Minor Threat, banda de punk-rock dos anos 80. Foi explicado como “inspiração devido â semelhança no nome do evento”, pela divisão de comunicação da empresa de produtos capitalistas, digo, esportistas. Após a denúncia de cópia, a Nike se desculpou e retirou a campanha de veiculação. Contudo fica a dúvida, se ninguém tivesse notado a semelhança, a Nike receberia os créditos por mais essa ótima criação?

Intencional ou não, ter uma idéia chupada em seu portifólio nunca é bom negócio. A possibilidade de ser rotulado como falso-criativo sempre irá rondar a sua vida. Voltamos então as sábias palavras da minha professora. “Informação”, não apenas em busca de inspiração e embasamento cultural, mas também conhecimento técnico. Uma boa lida em anuários, uma passada semanal por bloggs e sites relacionados à comunicação, uma futricada rápida nos portifólios das agências e colegas sempre ajudarão a evitar alguns eventuais contratempos com Copyrigth.

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* Estudande do curso Técnico de Publicidade da Escola Técnica Irmão Pedro Webdesign pela Ponto Zero Design. Atualmente é acadêmico de Publicidade e propaganda pela Unisinos. ** Texto publicado no Site Extemporâneo em 10/11/2005.