domingo, 11 de fevereiro de 2007

O nariz

Por Luis Fernando Veríssimo

"Sentou-se à mesa do almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço._ O que é isso? – perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos._ Isto o quê?_ Esse nariz._ Ah. Vi numa vitrina, entrei e comprei._ Logo você, papai...Depois do almoço, ele foi recostar-se no sofá da sala, como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se._ Tire esse negócio._ Por quê?_ Brincadeira tem hora._ Mas isto não é brincadeira.Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se dirigiu-se para a porta. A mulher o interpelou._ Aonde é que você vai?_ Como, onde é que eu vou? Vou voltar para o consultório._ Mas com esse nariz?_ Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes..."

Leia a íntegra do texto de Veríssimo na seção Clássicos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Um texto na internet,que realmete é do excelente Verissimo?!!?Isso é raro.